1/10/2011

Segurança da informação

Um dos fatos mais marcantes no último trimestre do ano passado foi a grave crise provocada pelo vazamento online de milhares de documentos secretos da diplomacia americana. A possibilidade de informações secretas tornarem-se públicas também é um dos grandes pesadelos das empresas.
A Pesquisa Global de Segurança da Informação 2011, estudo da PwC em parceria com a CIO Magazine e a CSO Magazine, entrevistou 12,8 mil CEOs, CFOs, CIOs, CSOs, vice-presidentes e diretores de TI e segurança da informação em 135 países. Só do Brasil foram entrevistados 500 profissionais.
A pesquisa traz importantes conclusões nesta 8ª edição. Há evidências muito claras de que, em alguns casos, a área de segurança parece estar “sob proteção” – como se os esforços dos executivos de tecnologia e de segurança para melhor alinhá-la com as metas de negócio estejam, de fato, começando a mostrar resultado.
A área está sendo valorizada e a tendência é de que continue em alta, especialmente agora, após os recentes vazamentos que tiveram repercussão global. Este é um indicativo importante para Santa Catarina e seu polo de empresas de TI e profissionais altamente qualificados. Nossa pesquisa indica que os dirigentes entendem que os investimentos feitos agregam valor ao produto ou serviço.
Dos entrevistados, 52% afirmam que a empresa irá aumentar os investimentos em 2011. Ainda assim, muitos disseram que os parceiros de negócios (52%) e fornecedores (50%) ainda se recuperam dos efeitos da recente crise na economia, percentuais significativamente maiores do que os registrados na edição anterior da pesquisa, 43% (2009) e 42% (2008).
E 49% dos entrevistados afirmam que as condições econômicas ainda pesam sobre as decisões de investimento em segurança da informação – otimista, a maioria acredita que as empresas devem aumentar os investimentos no próximo ano.
Por outro lado, a crise ampliou a atuação da área de segurança. Além de ajudar a mitigar os riscos de negócio associados à globalização, à terceirização e ao cumprimento das políticas da empresa por terceiros, a área de segurança da informação também é cobrada por novos desafios – em algumas empresas, com mais urgência.
Interessante notar que o aspecto que apresenta crescimento este ano, segundo a pesquisa, são as “demandas de clientes”. Elas saíram do último lugar da lista, em 2007, para quase empatar com o primeiro do ranking. O aumento das necessidades dos clientes demonstra a importância estratégica e a integração cada vez maiores das áreas de segurança.
Outra novidade é a preocupação das companhias e, por consequência, dos profissionais de TI, com as redes sociais. Se no passado recente havia grande preocupação com ataques de hackers, hoje as maiores demandas são por ações de segurança que viabilizem novos modelos de negócio, muitas vezes baseados no relacionamento com as redes sociais.
A falta de medidas de segurança para redes sociais pode expor as empresas a uma série de riscos, incluindo perda ou vazamento de informações. De tudo isso, fica a certeza de que o mundo da segurança da informação não será o mesmo em 2011 e que, tão importante quanto investir em softwares para garantir um ambiente seguro, é capacitar os profissionais.
* por Carlos Peres, sócio da PriceWaterHouseCoopers / artigo publicado no A Notícia

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