8/26/2016

Brasil perde quase 95 mil empregos com carteira em julho e 623,5 mil no ano


O Brasil perdeu 94.724 vagas de trabalho com carteira assinada em julho. O resultado é pior do que o registrado em junho (-91.032), mas melhor do que o de julho do ano passado (-157.905). Foi o 16º mês seguido em que o Brasil teve corte de vagas.
De janeiro a julho, o país perdeu 623.520 postos com carteira assinada. No acumulado em 12 meses, são 1,71 milhão de vagas a menos.
Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (25). 
O dado considera o saldo de vagas, ou seja, o total de demissões menos o de contratações no período. Em julho, foram 1.168.011 contratações e 1.262.735 demissões.

Está melhorando, diz ministro

O resultado de julho foi pior do que o esperado por analistas. Pesquisa da agência de notícias Reuters indicava a perda de 88 mil empregos no mês passado. 
Por outro lado, o número (-94.724) mostra desaceleração quando comparado ajulho de 2015 (-157.905). Para o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, isso demonstra uma recuperação gradual da economia.
Estamos perdendo menos vagas e a tendência para os próximos meses é que essa desaceleração continue e possamos gerar vagas no segundo semestre.

IBGE faz pesquisa diferente

Os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho consideram apenas os empregos com carteira assinada.
Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que são mais amplos, pois levam em conta todos os trabalhadores, com e sem carteira.
A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua mensal registrou que o Brasil tinha, em média, 11,6 milhões desempregados no segundo trimestre de 2016.
Fonte: UOL

Inadimplência encarece crédito apesar de manutenção dos juros básicos


O congelamento dos juros básicos da economia não está chegando ao consumidor final. Enquanto a taxa Selic está em 14,25% ao ano desde julho do ano passado, os juros para os tomadores de crédito não pararam de subir no período. As taxas foram encarecidas pela inadimplência, que impulsionou o spread bancário – diferença entre as taxas que os bancos pagam para captar recursos e as que cobram dos consumidores.
Somente num intervalo de 12 meses, o spread médio subiu 9,2 pontos percentuais. Em junho, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central (BC), o spread atingiu 39,7% ao ano. Esse é o nível mais alto registrado desde que a autoridade monetária mudou a metodologia de apuração das taxas de juros do sistema de crédito, em 2011.
Se for considerado apenas o crédito para as pessoas físicas, a diferença entre os juros de captação e aplicação correspondeu a 58,5% ao ano, alta de 13,4 pontos percentuais entre junho de 2015 e junho deste ano. Em relação aos empréstimos para as empresas, o spread atingiu 18,2% ao ano, alta de 3,2 pontos percentuais na mesma comparação.
A conta inclui apenas as linhas de crédito operadas com juros livres, sem financiamentos com taxas subsidiadas como as do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou com recursos da poupança. A diferença pode ser observada quando se compara a evolução das taxas usadas na captação – quando as instituições financeiras pegam dinheiro emprestado dos correntistas e oferecem juros em aplicações como poupança e CDB – e os juros cobrados na concessão de crédito.
Apesar de os bancos estarem gastando menos para captar recursos em relação ao início do ano, o consumidor ainda não sentiu a diferença. Depois de atingir o recorde de 15,2% ao ano em janeiro, a taxa média de captação para o crédito com recursos livres caiu para 9,9% ao ano em junho. Mesmo assim, as taxas finais médias para os consumidores não pararam de subir e totalizaram 52,2% ao ano em junho, também no maior nível desde o início da nova série histórica do Banco Central.
Juros recordes
Apenas nos 12 meses terminados em junho, os juros finais para os tomadores de empréstimo e financiamento subiram 8,9 pontos percentuais, turbinados pelo aumento do spread bancário. 
A Agência Brasil procurou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para saber os motivos da alta do spread bancário. Por meio da assessoria de imprensa, a entidade informou que não comenta temas da conjuntura econômica.
Fonte: O Tempo

8/24/2016

Governo estuda lançar novo REFIS


Face a um cenário econômico muito ruim e à necessidade de arrecadação, o governo federal pretende lançar, em breve, novo Refis – Programa de Recuperação Fiscal, que já está sendo debatido com as lideranças do Congresso Nacional. Segundo Piraci Oliveira, especialista jurídico do Simpi-SP (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), as empresas com dívidas tributárias vencidas até dezembro de 2015 poderão refinanciar seus débitos com o Fisco, mas a principal novidade é a perspectiva de adoção do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) como indexador, com taxa de 7% ao ano, em substituição à Selic, que é de 14,25% ao ano. “Trata-se de um plano com condições nitidamente mais vantajosas aos contribuintes, com parcelamento pelo prazo de 180 meses e, também, abrindo-se a possibilidade de apresentar imóveis como forma de pagamento da dívida”, explica.

8/19/2016

Micro e pequenos industriais tem maior satisfação com suas empresas desde janeiro


A satisfação dos micro e pequenos industriais do Estado de São Paulo com os seus negócios alcançou em julho o seu maior índice desde janeiro deste ano. Isto é o que aponta a última pesquisa do DataFolha encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi), realizada entre os dias 14 e 27 de julho de 2016. As perguntas de avaliação remetem a junho e as de expectativas a agosto.
Segundo o levantamento, o índice de satisfação das micro e pequenas indústrias (MPIs) chegou a 87 pontos em julho, ante 74 de junho. Para esse resultado, é calculada a média entre a avaliação da empresa, que passou de 89 para 107 pontos, além do faturamento que avançou de 67 para 83 pontos. A margem de lucro, que também é considerada, subiu de 64 para 72 pontos.
Perguntados sobre a situação de suas empresas, 35% dos donos das MPIs responderam que o momento é ótimo ou bom, sobre 29% registrado no mês anterior. Os que consideram a situação regular passaram de 32% para 38%. A mudança mais significativa ficou por parte dos que avaliam o momento como ruim ou péssimo. Na passagem de junho para julho, esse índice caiu de 40% para 28%.
Em relação ao faturamento no mês anterior, a avaliação negativa teve queda, mas continua com índice alto. Em junho, 51% consideraram o valor ruim ou péssimo, e, em julho, o número baixou para 41%. Para 24%, o faturamento foi ótimo ou bom, índice superior aos 18% obtidos no levantamento anterior. A receita foi avaliada como regular por 35%, ante 30% do mês passado.
A margem de lucro foi considerada ótima ou boa por 16% dos empresários, enquanto que para 39%, o resultado foi regular. Já 44% responderam que o resultado foi ruim ou péssimo, número mais baixo desde janeiro deste ano.
Perguntados sobre a situação econômica do País, que é calculada bimestralmente, 88% avaliaram o momento como ruim ou péssimo. Apenas 2% consideram a situação ótima ou boa, enquanto que 9% a veem como regular.
"Quando pegamos os dados econômicos, todos eles apresentam uma continuidade da crise, mas numa velocidade de piora menor", explica o presidente do Simpi, Joseph Couri.
A avaliação da situação política, que começou a ser calculada em maio deste ano pelo Simpi, aponta que 22% consideram o governo Temer ótimo ou bom até o momento. Para 49%, a gestão tem sido regular, enquanto que 14% consideram ruim ou péssimo. Já 14% não souberam responder.
Expectativas
O índice de expectativa das MPIs teve o seu melhor resultado desde setembro de 2014, quando atingiu 124 pontos. O resultado, que é a média entre avaliação da empresa, faturamento e margem de lucro ficou em 114 pontos no levantamento atual.
Para Couri, o quadro é extremamente difícil, mas a pesquisa reflete que existe um horizonte de expectativas por parte das MPIs. "O que vemos é um otimismo e uma torcida pela melhora. A expectativa é que se os alguns dados se concretizarem, teremos uma volta do crescimento da economia", analisa. 
Fonte: DCI

8/18/2016

Receita confirma mais uma vez o adiamento do prazo de entrega do eSocial



A Receita Federal do Brasil (RFB) confirmou que a data de entrega do eSocial será adiada mais uma vez. Em entrevista por e-mail ao DCI, a assessoria de comunicação do órgão disse que o atual calendário do sistema de declarações trabalhistas está sendo reavaliado e que o "novo cronograma poderá ser publicado em breve".
A RFB não confirmou uma data, mas entidades envolvidas na construção do projeto e fonte do próprio governo estimam que o novo prazo pode ficar para janeiro de 2018, como publicado pelo DCI na edição impressa desta segunda-feira (15).
Para o órgão federal, os adiamentos não desestimulam a adequação ao sistema, pois o "eSocial está sendo construído junto às próprias empresas". O órgão complementou que considera suficientes as campanhas de divulgação do sistema.
"As campanhas são realizadas não apenas pela RFB, mas pelos entes partícipes e têm sido empreendidas fortemente através da participação em eventos, treinamentos, entrevistas e vídeos", defendeu.
Fonte: DCI

8/16/2016

Caixa Econômica Federal tenta conter inadimplência


Para os beneficiários no Minha Casa que estão com as prestações atrasadas, o governo vai recorrer a uma última cartada para reduzir a inadimplência na faixa mais carente do programa de habitação popular. Ministério das Cidades e Caixa devem produzir uma campanha para reforçar que o pagamento em dia das prestações propicia que outras famílias sejam contempladas. Desde o ano passado, a Caixa apertou a cobrança das prestações que estão atrasadas. Passou a ligar e a enviar SMS para os beneficiários logo após os primeiros dias de vencimento.
O nível de calote, porém, ainda é alto: encerrou maio em 18,79% – o número fechado do primeiro semestre, que ainda não foi divulgado, deve se aproximar dos 25%. O nível é destoante das operações das outras duas faixas de renda do Minha Casa: a parcela de atrasos acima de 90 dias nessas faixas é cerca de 2%, patamar dos financiamentos de mercado. O Estado apurou que o Ministério das Cidades não tem orçamento para publicidade neste ano e negocia com a Caixa para decidir se o banco, responsável por tocar o programa, pode assumir o custo da propaganda.
O ministro das Cidades, Bruno Araújo, diz que a inadimplência dessa faixa é uma das preocupações do governo para atender outras famílias necessitadas que estão na fila. Ele afirma, porém, que no momento não está previsto nenhum tipo de repressão, como a retomada da casa. Públicos. Os imóveis dessa faixa foram bancados em mais de 90% com recursos públicos. Se a inadimplência não ceder, a Caixa pode começar a retomar os imóveis. Para isso, uma lei foi modificada, ainda no governo da presidente afastada Dilma Rousseff, para determinar que os imóveis tomados devem ter tratamento diferenciado.
Em vez de ir a leilão, como costuma ocorrer no financiamento imobiliário, a Caixa tem de reincluir o imóvel no programa, para ser direcionado a outro beneficiário que está na lista de espera do Minha Casa. A alteração na lei evita que o imóvel retomado seja comprado por uma família com renda superior à dos beneficiários, o que seria uma desvirtuação do programa. Essas casas ou apartamentos têm tratamento tributário diferenciado, ou seja, são construídos com menos impostos. Na terceira etapa do programa, o governo de Dilma aumentou as prestações dessa faixa.
As famílias com renda de até R$ 800 passaram a pagar parcela de R$ 80; entre R$ 800 e R$ 1,2 mil, o valor é correspondente a 10% da renda; de R$ 1,2 mil a R$ 1,6 mil, de 15%; e de R$ 1,6 mil a R$ 1,8 mil, de 20%. Para especialistas do setor da construção, as condições continuam “exageradamente favorá- veis” para o calote e parte considerável dos contemplados poderia pagar uma prestação superior até para que o imóvel fosse mais valorizado. / M.R.A.
Fonte: FENACON

Caixa Econômica Federal liberará crédito para empreendedores que participam do programa Minha Casa Minha Vida


A Caixa Econômica Federal estuda oferecer microcrédito aos beneficiários mais carentes do Minha Casa Minha Vida para auxiliá-los a abrir seus próprios negócios. A linha só ficará disponível para quem mantém em dia as prestações da casa própria, algo em torno de 800 mil famílias. A ideia é que os empréstimos sejam usados para estimular o empreendedorismo entre contemplados da faixa 1 do programa de habitação popular – famílias que ganham até R$ 1,8 mil ao mês. Para essa faixa, o governo chega a bancar mais de 90% do valor do imóvel. Desde 2009, quando o programa foi criado, foram contratadas 1,754 milhão de casas na faixa 1, e pouco mais de 1 milhão foram entregues.
Por causa do preço do terreno, principalmente nas grandes cidades, os condomínios direcionados à faixa 1 geralmente ficam afastados dos centros urbanos. Além disso, os empreendimentos do Minha Casa são planejados sem a destinação de áreas para comércio e prestação de outros serviços. Muitas famílias que se mudam para esses condomínios aproveitam a demanda para abrir negócios próprios e o principal desafio é conseguir empréstimos diante das exigências bancárias. “O sistema de crédito para microempreendedores no Brasil é desastroso”, critica o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. “Essa linha seria muito bem-vinda porque há escassez de crédito para a produção.”
O aumento do desemprego tem promovido incremento no número de brasileiros que se transformam em microempreendedores individuais (MEIs), hoje em torno de 6 milhões. Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), o empreendedorismo por necessidade subiu de 29% para 44% de 2014 para 2015. Já o número de brasileiros que abriram empresa por identificar uma oportunidade e não por necessidade teve queda em relação aos últimos anos e voltou ao patamar de 2007. Hoje, quatro em cada dez brasileiros adultos estão envolvidos com a criação de uma empresa. Para Afif, a linha de crédito só deslancha se o banco não colocar muita burocracia para liberar empréstimos e partir do próprio cadastro positivo de bons pagadores do programa de habitação.
Ele afirma que, dessa vez, o governo do presidente em exercício Michel Temer acerta em apostar no crédito para produção, em vez de linhas direcionadas ao consumo. Minha Casa Melhor. A tentativa de oferecer crédito para consumo aos beneficiários do Minha Casa não deu certo. Seguindo recomendação do governo da presidente afastada Dilma Rousseff, às vésperas da campanha à reeleição, a Caixa lançou o Minha Casa Melhor, linha de financiamento de até R$ 5 mil para compra de móveis e eletrodomésticos com condições especiais.
A inadimplência do programa, rejeitado pela equipe técnica do banco, sempre girou em torno de 35%, enquanto o calote de linhas similares na rede bancária é de 10%. Segundo a Controladoria-Geral da União, o Minha Casa Melhor deu prejuízo aos cofres públicos. A proposta agora, afirmam fontes da Caixa, é diferente porque o empréstimo deverá ser usado obrigatoriamente para financiar produção e não consumo e deve estar atrelado à formalização dos negócios.